A restauração florestal é uma missão global que transcende fronteiras. Com o Brasil comprometido em restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2030, conforme estipulado pelo Acordo de Paris, olhar para iniciativas internacionais de sucesso oferece insights valiosos e estratégias aplicáveis ao contexto brasileiro. Aqui, exploramos cinco dessas iniciativas, evidenciando suas lições e potenciais aplicações.
Desde a década de 1930, os EUA têm promovido a restauração florestal através de uma abordagem voluntária, oferecendo assistência técnica e financeira aos produtores rurais. Programas como o Agricultural Conservation Easement Program (ACEP) e o Conservation Reserve Program (CRP) mostram como incentivos econômicos, combinados com suporte técnico, podem estimular práticas sustentáveis de manejo do solo e conservação da água. Lição para o Brasil: a adoção de um modelo similar poderia fomentar a participação voluntária dos produtores rurais, essencial para alcançar as metas de restauração florestal do país.
A China enfrentou desafios ambientais significativos devido ao crescimento populacional e políticas ambientais negligentes. A implementação de programas de restauração no Platô de Loess demonstra a eficácia do apoio técnico e financeiro aos pequenos produtores. Lição para o Brasil: fortalecer o apoio aos pequenos agricultores através de assistência técnica e incentivos financeiros pode acelerar a restauração florestal, melhorando as práticas agrícolas e conservando o solo.
A Costa Rica reverteu seu status de uma das nações mais desmatadoras para aumentar sua cobertura florestal por meio de um sistema de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). Este modelo remunera os proprietários de terras pela conservação e restauração florestal. Lição para o Brasil: um programa robusto de PSA pode incentivar a restauração florestal e a conservação, reconhecendo e compensando os proprietários de terras pelos serviços ecossistêmicos fornecidos.
A Coreia do Sul demonstra que é possível aliar restauração florestal e desenvolvimento econômico. Após uma significativa degradação de suas florestas, o país adotou medidas de restauração que não apenas recuperaram áreas florestais mas também contribuíram para o desenvolvimento econômico. Lição para o Brasil: investir na restauração florestal pode ser um motor de desenvolvimento econômico, oferecendo benefícios como proteção contra deslizamentos, conservação da água e áreas de lazer.
No Níger, um movimento espontâneo de agricultores e o apoio de ONGs levaram à recuperação de milhões de hectares através de técnicas de agrofloresta. Lição para o Brasil: promover a agrofloresta e incentivar a experimentação e adaptação de técnicas de restauração pelos próprios agricultores podem ser estratégias eficazes de restauração florestal, especialmente em áreas rurais.
Dessa forma, as experiências internacionais em restauração florestal destacam a importância de abordagens customizadas que levem em conta as especificidades locais, mas também sublinham princípios universais: o envolvimento da comunidade, apoio técnico e financeiro, incentivos econômicos e a integração de objetivos de conservação com o desenvolvimento econômico. Para o Brasil, adotar essas lições pode não apenas ajudar a atingir suas metas de restauração florestal, mas também promover um desenvolvimento sustentável e inclusivo.